7 de outubro de 2011

A volta

Já faz muito tempo

que as palavras não adoçam a amargura interior;
que as letras se materializam em sonhos,
e morrem a cada concreta pulsação.

Já faz tempo que a essência adormeceu.
Que o sangue parou de correr,
e enferrujou.

~

Eis que no rosicler da aurora,
os pulmões resolveram se encher de poesia
ecoando palavras murchas há muito baldadas.

No coração, as cores do íris
se ramificaram em cravo, rosa e lírio
e irromperam peito afora.

As formigas rastejando nas veias,
abrem caminho pro sangue que corre ligeiro.
E a essência, brilhando nos olhos
a aspiração de quem levou muito tempo pra despertar.

Um comentário:

  1. Incrível como suas palavras despertam emoções em mim. Primeira leitura que me causa essa sensação. Tens talento.

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