Estive pensando.
Pensando em como era muito mais fácil escrever quando tinha um vazio no meu peito. Pensando que talvez as minhas palavras fossem palavras da tristeza que eu sentia, e não minhas. Em como eu sempre procurei a melancolia e encontrei nela um conforto necessário, uma inspiração momentânea e bonita que me deixava feliz por uma fração de minuto. Em como a alegria e tristeza trocaram de lugar e eu não percebi.
A felicidade me inspira, mas não minhas palavras. Sempre me pareceu tão piegas escrever sobre a alegria e o amor, porque todos já sabem como é. Gostava mesmo de, como os poetas do ultrarromantismo, escrever sobre a depressão e as desilusões. Isso sim era bonito.
Mas eu sinto falta de escrever, e estive pensando em como talvez eu estivesse errada.
Que talvez haja mais inspiração na felicidade do que na melancolia, e que não, as pessoas não sabem como são a alegria e o amor. Isso sim é bonito - e raro.
Então resolvi voltar mais uma vez, escrever mais uma vez e tentar mais uma vez.
Porque eu amo as palavras, e não preciso abrir mão da minha felicidade pra tê-las comigo de novo.
O sentimento mudou, mas não a essência. E agora é nela que vou procurar a poesia que eu preciso.
"Pois que a vida é assim: aperta-se o botão e a vida acende. Só que ela não sabia qual era o botão de acender."
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