12 de julho de 2010

Chico Buarque

Era desgostosa a vida que viviam. Eduardo, sempre comprometido com o trabalho, pouco tempo encontrava pra Maria, que ocupava seu tempo nas tarefas domésticas.
Eduardo trabalhava por ela, pra não deixar que nada nunca faltasse. Era esse pensamento que o mantinha firme e forte em suas intermináveis jornadas de trabalho.
Maria sentava-se chorosa na poltrona da sala, enquanto escutava "Eu te amo" de Chico Buarque na vitrola. Pensava que Eduardo não mais a amava, e por esse pensamento chorava uma vez mais.
E foi num desses dias, enquanto Maria lembrava dos bons tempos de outrora, que Eduardo chegou mais cedo. Foi Chico Buarque cantando os versos de Eu te amo no rádio de seu carro que o fez perceber o amor que escorria entre seus dedos.
Maria limitou-se a olhar em direção à porta, perdida em pensamentos. Foi quando Eduardo entrou com um sorriso no rosto, há tempos esquecido por ela.
Eduardo a abraçou, dizendo o quanto a amava e o quanto sentia sua falta. E então ele viu um sorriso maior que o mundo abrindo-se diante de seus olhos, e soube que era o homem mais feliz do mundo.
E saíram dançando. O abraço de Eduardo despertou nos dois o amor há muito adormecido. E dançaram, trotaram, rodopiaram ao som das doces notas imaginárias de Vivaldi. Os dois sabiam que a partir daquele dia, eles não eram mais um casal. Eram, pois, um só.

"Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir?"

3 de julho de 2010

Funny Little Frog


I’ll maybe tell you all about it someday.

2 de julho de 2010

Peur

Há situações em que sabemos exatamente o que fazer. Quando a solução é um clichê efetivo, uma resposta universal. Todos respondem da mesma maneira à determinada situação sem nenhuma necessidade de reflexão prévia.

É quando acontece algo diferente, algo até então sem resposta. Algo que te deixa completamente desamparado, tentando buscar suas próprias soluções. Quando você tenta coordenar os sentimentos com pensamentos, deixando tudo tão bagunçado a ponto de te fazer perder a cabeça. Porque sentimentos são inexplicáveis, e disso nós sabemos. Mas ainda assim, tentamos encontrar racionalidade, porque temos medo. Medo de sentir, medo de perder o controle.

Medo de ser feliz.